"Terra Negra" é um livro de poesia escrito por Cristiane Sobral, uma autora brasileira que em suas obras explora temas sociais e questões de identidade. Publicado em 2013, o livro traz uma série de poemas que mergulham nas profundezas da experiência afro-brasileira, revelando as complexidades das relações raciais, as memórias históricas e as lutas contemporâneas por igualdade.
A autora utiliza em suas poesias palavras novas ao público que as desconhecem com significados de instrumentos, cunho religioso de matriz africana e nomes de figuras importantes para a população negra no Brasil, um exemplo é o poema “Canto para a mãe África”. Cristiane Sobral aborda temas como ancestralidade, racismo, resistência e auto afirmação, através de uma estimulação aos leitores os levando a refletir sobre a realidade social e histórica que molda essas experiências.
Uma das grandes sacadas de Cristiane Sobral para criar tal efeito no público leitor é o uso de metáforas de acontecimentos históricos e cotidiano para transmitir a trajetória histórica da população negra no Brasil, ao mesmo tempo ela faz crítica a estes acontecimentos, e a fatos presentes na atualidade. Conectando as lutas do passado com as batalhas atuais por reconhecimento e justiça.
A estrutura do livro é fluida, alternando entre poemas curtos e outros mais extensos, o que permite uma variedade de abordagens e perspectivas sobre os temas tratados. Isso cria um ambiente em que os leitores podem se conectar emocionalmente com as experiências descritas nos poemas, criando uma ligação íntima entre o leitor e as palavras escritas.
Em "Terra Negra", Cristiane Sobral evita cair em generalizações simplistas ao explorar a diversidade de vozes e experiências dentro da comunidade negra. Ela apresenta questões de identidade, história, resistência e empoderamento, como visto no poema “Força ancestral”, ressaltando a complexidade das identidades individuais e coletivas.
"Bom Dia, Camaradas" é um romance escrito pelo autor moçambicano Ondjaki, cujo nome verdadeiro é Ndalu de Almeida. Publicado em 2001, o livro é uma obra literária importante que aborda temas cruciais da sociedade moçambicana durante o período pós-independência.
A obra possui uma linguagem relativamente simples, apenas algumas palavras regionais de Angola, podendo dificultar a compreensão em certos aspectos.
O livro se passa nos anos 80, com acontecimentos narrados pela visão de N'dalu, filho de um importante funcionário público do governo comunista angolano.
A narrativa é envolta da rotina do garoto, abordando sua relação com os colegas de sala, professores, familiares e algumas aventuras com os seus amigos mais próximos. São muitas as histórias com o camarada Antônio, a tia Dadá e o Caixão vazio. Com grandes reviravoltas, a história se torna muito mais divertida e emocionante.
Quanto ao que o autor quis passar com a narrativa, "Bom Dia, Camaradas" busca transmitir uma visão multifacetada da realidade angolana após a independência. O livro não apenas destaca os desafios sociais e políticos, mas também celebra a resiliência e a humanidade das pessoas comuns que enfrentam esses desafios. Além disso, a narrativa ressalta a importância de preservar memórias e histórias, especialmente através das vozes das crianças, que têm uma perspectiva sincera e autêntica sobre o mundo ao seu redor. A obra toda tem uma aura de memória e nostalgia deliciosa: no fundo, não é sobre questões políticas, mas sim sobre despedidas e fins, o final da história enfim nos mostra isso.